A cada edição, a gamescom prova que não é apenas uma feira de games, mas sim um palco onde a indústria escolhe revelar seus maiores trunfos. Em 2025, a Opening Night Live, comandada mais uma vez por Geoff Keighley, assumiu o papel de vitrine global, com anúncios que fizeram barulho imediato nas redes sociais e reacenderam debates entre os fãs. O clima em Colônia era de expectativa desmedida, e o show não decepcionou: de blockbusters aguardados a surpresas inesperadas, a noite trouxe um desfile de trailers que definirá a pauta do próximo ano no mundo dos jogos.
Call of Duty: Black Ops 7 e o peso da tradição
O primeiro grande impacto veio de Call of Duty: Black Ops 7, que finalmente ganhou data de lançamento para 14 de novembro. O trailer apresentado misturava cenas de ação cinematográfica com uma ambientação que remete às tensões da Guerra Fria, mas com um detalhe que roubou a cena: a revelação de um modo cooperativo inédito, que promete renovar a forma como os jogadores encaram a campanha. A Activision parece determinada a provar que a série ainda tem cartas na manga, e o público reagiu com entusiasmo — e um tanto de desconfiança, afinal, a franquia enfrenta a difícil missão de se reinventar ano após ano.
O retorno do terror: Resident Evil e Silent Hill
Mas se há um gênero que nunca sai de moda, esse é o terror psicológico. A Capcom aproveitou o evento para anunciar Resident Evil: Requiem, um capítulo que promete explorar o lado mais intimista da série, com foco em narrativa densa e ambientes claustrofóbicos. Em paralelo, a Konami apresentou novas imagens de Silent Hill f, título que já vinha sendo especulado há meses. Com direção artística carregada de simbolismo e atmosferas sufocantes, o jogo arrancou suspiros e fez muitos veteranos vibrarem: a guerra pelo trono do survival horror está oficialmente declarada.
Lego Batman: herói de blocos, mas com peso de gigante
Se os anúncios de terror trouxeram arrepios, a Warner Bros. surpreendeu com algo totalmente diferente: Lego Batman: Legacy of the Dark Knight. Longe de ser apenas mais uma entrada na série Lego, o título mostrou um mundo aberto inspirado em Gotham, com combate que remete claramente à trilogia Arkham. O humor característico da franquia Lego está lá, mas combinado com uma escala épica que promete agradar tanto crianças quanto adultos. A reação no salão foi imediata: sorrisos, aplausos e um sentimento de que talvez estejamos diante do Lego mais ambicioso já feito.
O espetáculo da mitologia oriental: Black Myth: Zhong Kui
Outra estrela da noite foi Black Myth: Zhong Kui, sucessor espiritual do aclamado Black Myth: Wukong. Com gráficos de cair o queixo e combates que misturam mitologia chinesa com estética sombria, o jogo impressionou até os mais céticos. O trailer exibido não apenas mostrou gameplay, mas também trouxe um recado claro: os estúdios asiáticos estão prontos para disputar o protagonismo no mercado global. A comunidade ocidental, que já vinha de olho no sucesso de Wukong, agora encontrou um novo nome para adicionar às suas listas de desejos.
Expansões de universos já queridos
Além dos anúncios inéditos, a Opening Night Live também serviu para reforçar franquias já estabelecidas. A adaptação televisiva de Fallout, sucesso no streaming, recebeu confirmação de conteúdos que irão se cruzar com os jogos em futuras atualizações. Já a Nintendo, em um raro momento de destaque no evento, mostrou que Indiana Jones chegará ao Switch 2, em uma parceria ousada que busca revitalizar o espírito de aventura na nova geração.
A noite que ditou os próximos meses
Se a E3 já foi o palco onde o futuro da indústria era escrito, hoje esse papel pertence sem contestação à gamescom. A edição de 2025, em especial, reforçou o peso do evento como termômetro de expectativas e palco de anúncios globais. De Call of Duty a Silent Hill, de Lego Batman a Black Myth, a Opening Night Live não apenas entregou trailers, mas criou narrativas, alimentou discussões e deu ao público a sensação de que o melhor ainda está por vir.